Em 2012 a realidade virtual começou a ser testada no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP (IPq-HC) como forma de tratamento para fobia social, que atualmente afeta cerca de 8% da população.
O computador consegue simular situações sociais que causam desconforto no paciente, como interagir com pessoas que não conhecem, ou participarem de reuniões e exporem suas opiniões.
A idealizadora da do programa é Cristiane Maluhy Gebara, pesquisadora do IPq, que por meio de estudos com grupos de pessoas busca aperfeiçoar ainda mais as técnicas. Já a parte de programação ficou sob responsabilidade de uma empresa especializada em programação virtual.
A base técnica é a exposição do paciente ao que lhe causa fobia, gradativamente, conforme já é utilizado em terapias convencionais com bases teóricas da Terapia Cognitivo-Comportamental.
Mas assim, fica a pergunta, qual a vantagem em usar a realidade virtual? É o grau de realismo aliado ao ambiente seguro, ao lado do terapeuta.
"A gente coloca a pessoa, passo a passo, na situação que ela mais teme, gradualmente: da que menos sente desconforto para a que mais provoca ansiedade. Depois que o paciente termina, percebe que a ansiedade declina conforme progride essa exposição", diz Cristiane. O programa todo consiste de 12 sessões de 50 minutos.
É importante também que o terapeuta tenha conhecimentos não somente para orientar o paciente, como também controlar o computador, e interagir virtualmente com o fóbico.
Apesar de novidade no Brasil, fora o auxílio da realidade virtual já é bastante difundido, por isso é importante ressaltar que a ideia de Cristiane é de adaptar o procedimento a realidade e demanda de nosso país, além de também viabilizar custos e simplificar o equipamento, que hoje, consiste em um laptop, óculos 3D e um fone de ouvido
A pesquisadora precisa de voluntários para participar da pesquisa, para isso a pessoa primeiro precisa querer, e depois verificar se possui os requisitos básicos para candidatar-se:
- Principais sinais de fobia social *
- Idade entre 18 a 65 anos
- Não apresentar outros transtornos psiquiátricos
Interessados podem se inscrever para a seleção pelo email: fobiasocialrv@gmail.com
Sofrimento. A fobia social é caracterizada por um sofrimento excessivo em situações de interação social ou de desempenho. Alguns dos sinais mais evidentes são palpitações, sudorese e ruborização. Enquanto a grande maioria da população sente ansiedade quando tem de falar em público ou conduzir uma reunião - o que pode ser considerado normal - o fóbico sofre um verdadeiro prejuízo em sua vida pessoal e profissional por conta desses medos. Outras características típicas são o medo da avaliação negativa do outro, o medo de cometer um erro e a autodepreciação.